terça-feira, 9 de outubro de 2007

Movimento Tropicalista


Intervenção de um grupo de músicos baianos, formado por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tomzé, os letristas Torquato Neto e Capinam, a cantora Gal Costa, além de arranjadores paulistas vindos da música de vanguarda, entre os quais Rogério Duprat e Damiano Cozzella, sobre a cena cultural brasileira na altura de 1967-68, a partir da música popular. O nome "Tropicália", de uma canção de Caetano Veloso que interpreta em chave paródica o Brasil, do populismo tradicional e do desenvolvimentismo de Juscelino Kubitscheck à ditadura militar, do sertão a Brasília, do "brega" à vanguarda, vem de uma obra do artista plástico Hélio Oiticica.
O movimento dialoga também com o cinema de
Glauber Rocha e com o teatro de Zé Celso Martinez Corrêa, que dirigira, em 1967, O Rei da Vela, do escritor modernista Oswald de Andrade. Contrapondo-se à defesa das "raízes" populares tidas como pura e genuinamente brasileiras, o movimento tropicalista pratica uma "devoração" dos elementos da cultura internacional de nível "alto" e "baixo" como forma de marcar a transnacionalização da cultura e a sua apropriação crítica em contexto brasileiro, no qual convivem disparatada e explosivamente traços arcaicos e modernos, cosmopolitas e periféricos, atraso e vanguarda, artesanato e indústria. O corte efetuado pelo movimento tropicalista marca a música e o debate cultural até hoje.

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