sexta-feira, 19 de junho de 2009

Já passou

Acorda, meu bem

Sabia que já deu

O fim já passou e a nossa vida se esclareceu

Diante da eternidade

Sem um mais ou menos dos momentos cordiais.

Lembra da nossa perspicácia,

Como muda, não

Nem notei

Já passou...

Muito bem

Agora estamos à mercê da estupidez

Compreender quantos quais e porques de tantos

É mortificar o nosso cinismo

Tanta euforia

Em vez de reverter às legítimas correntes conflitantes

Mudar algo é muito pouco

Faça-o sem cortejos quaisquer.

Se quiser me acordar sem efeito

Leve-me sua fragilidade

O que me consta que você não vai adotar,

Então me deixa solta

Que na hora de rir eu improviso como sei.


João Herbert

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Arlindo dos Oito Baixos

Um instrumentista de primeira


É um dos grandes sanfoneiros nordestinos, natural de Tabira,

Com muita estrada percorrida já há mais de 40 anos.

Mesmo com mais de 60 anos e sofrendo grave problema de deficiência visual, ainda continua sendo danado de bom na arte que faz, levando seu forró pé-de-serra e sua habilidade como instrumentista para o público amante desse gênero musical sertanejo nordestino. Isso, sem falar em suas outras atividades paralelas de consertador e afinador de sanfona o que não o impede de estar sempre presente nos circuitos do forró sertanejo, gravando novos CDs, e sair por aí cantando velhos sucessos de companheiros como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro além de ir divulgando nos shows novas músicas do seu vasto repertório.

Ao longo de sua carreira tem nove discos gravados e no ano de 2004 lançou o décimo, intitulado Dançando na Chuva.


Feliz São João! Aproveite bem essa grandiosa festa do nosso Nordeste.

Patativa do Assaré - Ave Poesia






O diretor Rosemberg Cariry apresenta a vida e obra do poeta Patativa do Assaré.

seta3.gif (99 bytes) Ficha Técnica
Título Original: Patativa do Assaré - Ave Poesia
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 84 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2009
Estúdio: Cariri Filmes / Iluminura Filmes
Distribuição:
Direção: Rosemberg Cariry
Roteiro: Rosemberg Cariry
Produção: Petrus Cariry e Teta Maia
Música: Patativa do Assaré, Fagner, Fausto Nilo, Mário Mesquita, Ricardo Bezerra, Pingo de Fortaleza e irmãos Aniceto
Fotografia: Jackson Bantim, Ronaldo Nunes, Beto Bola, Kin, Rivelino Mourão, Luiz Carlos Salatiel e Fernando Garcia
Edição: Rosemberg Cariry


seta3.gif (99 bytes) Sinopse
Relato da vida e obra do admirável poeta Patativa do Assaré que se vivo completaria este ano (2009), 100 anos. O filme revela o sentido exato da sua poesia, seu posicionamento político, sua maneira de agir no cotidiano vivenciado sem ostentação, apesar de ser admirado pelo povo e as mais altas representações da intelectualidade nacional e internacional em decorrência da sua imensa contribuição à cultura brasileira.


seta3.gif (99 bytes) Pôsters
- Clique nos cartazes para vê-los ampliados em uma nova janela.
















seta3.gif (99 bytes) Imagens
- Clique nas imagens para vê-las ampliadas em uma nova janela.
















seta3.gif (99 bytes) Premiações
- Ganhou o prêmio de Melhor Filme, no Cine Ceará.



seta3.gif (99 bytes) Curiosidades
- Em 2001 Patativa do Assaré foi eleito como um dos mais importantes cearenses do século XX.

- Foram coletadas mais de 100 horas de material em estado bruto, ao longo de 27 anos. Este material foi obtido pelo diretor Rosemberg Cariry.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sinais de um vazio

Este poema eu fiz para uma amiga na época que sua mãe veio falecer.
Fiquei comovido com a tão desgastante e sofrida forma que foi aquela morte.


Um sentimento que consome, ou que se some
Um risco que rasga profundo
Como de uma tristeza, a pior tragédia (o fim do mundo)

Algo que a levou
Bem longe, mas bem longe,
Distante daqui
Por algum motivo
Que ainda não sei
Mas tiraram-te de mim

Quero viver
Apalpar tudo que você deixou
Tem algo a pairar
Que eu ainda não entendo...
Mas sei que deixou bons legados e muitas saudades
Pra sempre estaremos num só destino.

Em casa
Ao olhar pros lados procurando você
Encontro sinais de um vazio,
Em tudo vejo você,
Seus gestos, nosso jeito,
Nossa vida.
Apertos sinceros da minha certeza

O que fazer quando precisar de ti
Chorar, chorar, chorar, sei lá
Sei que não resolve nada, porém alivia a dor
Mas nada também é vazio
Que sinto sem você.
A razão pela qual estou aqui, partiu!
Me deixou muito dorida, mas não teve escolha
Estará pra sempre comigo... até um dia Mãe!!!

João Herbert

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cordel

(...) A beleza e o amor
têm poder absoluto,
na terra todo mortal
cada qual rende o seu
culto
pagando a estes dois
Deuses,
um verdadeiro tributo

Mas às vezes a beleza
sem sua soberania,
perde ante a inteligência
a sua supremacia:
fica o amor vacilando
nesta tremenda porfia (...)

____________________
Amor de uma estudante ou
O poder da inteligência
.


João Martins de Ataíde

Cordel - Literatura Popular em Verso - http://www.casaruibarbosa.gov.br


terça-feira, 2 de junho de 2009

Tirinhas dos Malvados


www.malvados.com.br

HELENA MEIRELLES

Helena Meirelles (Campo Grande, 13 de agosto de 1924 — Campo Grande, 28 de setembro de 2005).

Nasceu numa fazenda no pantanal do Mato Grosso do Sul e cresceu rodeada de peões, comitivas e viole
iros. Fascinada pelas violas caipiras, a família não permitia que aprendesse a tocar, o que acabou fazendo por conta própria, às escondidas. Aos poucos ficou conhecida entre os boiadeiros da região. Casou-se por imposição dos pais aos 17 anos, abandonando o marido pouco tempo depois para juntar-se a um paraguaio que tocava violão e violino. Separou-se novamente e, resolvida a tocar viola em bares e farras, deixou os filhos dos dois casamentos com pais adotivos e ganhou a estrada até encontrar o terceiro marido, com quem está junto há mais de 35 anos. Depois de desaparecer por mais de 30 anos, foi encontrada bastante doente por uma irmã, que a levou para São Paulo, onde foi "descoberta pela mídia" a partir de uma matéria elogios a na revista norte-americana "Guitar Player". Apresentou-se em um teatro pela primeira vez aos 67 anos, e gravou discos em seguida. Foi escolhida em 1993 pela Guitar Player como uma das "100 melhores instrumentistas do mundo" por sua atuação nas violas de 6, 8, 10 e 12 cordas.






Ouça Helena Meirelles na rádio do Kassulla.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

História do Cordel


Material de autoria do parceiro e Violeiro Fábio Sombra. Publicado originalmente no folheto “Proseando Sobre Cordel”.

A Origem nas Feiras Medievais
Nossa viagem em busca das origens do cordel começa na Europa, na Idade Média, num tempo em que não existia televisão, cinema e teatro para divertir o povo. A imprensa ainda não tinha sido inventada e pouquíssima gente sabia ler e escrever. Os livros eram raríssimos e caros, pois tinham de ser copiados a mão, um a um. Então, como as pessoas faziam para conhecer novas histórias?

Pois bem, mesmo nos pequenos vilarejos existia um dia da semana que era especial: o dia da feira. Nessas ocasiões, um grande número de pessoas se dirigia à cidade, e ali os camponeses vendiam seus produtos, os comerciantes ofereciam suas mercadorias e artistas se apresentavam para a multidão.


Um tipo de artista muito querido por todos era o trovador ou menestrel. Os trovadores paravam num canto da praça e, acompanhados por um alaúde (um parente antigo dos violões e violas que conhecemos hoje), começavam a contar histórias de todo tipo: de aventuras, romance de paixões e lendas de reis valentes, como o Rei Carlos Magno e seus doze cavaleiros.

Para guardar tantas histórias na cabeça, os trovadores passaram a contar suas histórias em versos. Dessa forma as rimas iam ajudando o artista a se lembrar dos versos seguintes, até chegar o fim da história.


Ao final da apresentação, o povo jogava moeda dentro do estojo do alaúde. O trovador, satisfeito, agradecia e partia em direção a próxima feira.